A exposição "Palavra Pintada" conta com obras em que o artista Dener de Sousa faz uma homenagem a poetas que por meio dos seus poemas o influenciam no dia a dia. A mostra contém obras em que o artista usa polÃpticos para traduzir os versos que são retratados na exposição. Além de fazer uma junção entre as artes visuais e os pemas, todas as obras farão uma interação com as mÃdias digitais através de um "QR CODE", em que o espectador poderá, com seu smartphone, tablet ou outro dispositivo digital, fazer uma conexão com uma página na internet que possui acesso aos peomas na Ãntegra declamados pelo próprio poeta.​​​​​​​
Deixar o ninho
Pra sentir no peito
O vento do destino.
Ver abrir-se sob os pés
Os caminhos.
Emancipar-se - Kathleen Jhanner
Poemas e Poetas
Cabeça d'água - Sagat Jorge
Triste na madrugada
Filha da batucada
Com seu corpo cor da noite
Orvalho escorre no pranto
Melancólico trinar
Tóxico doce veneno
Tá embutido nas novelas!..
Tá no grito das Igrejas!..
Tá nos olhos do indigente!..
Tá nas escolas!.. Tá na creche!..
Racismo Institucional - Macário​​​​​​​ Ohana
Unir Pintura e Literatura através de obras que referenciam grandes artistas e interpretam contos e poemas. Essa é a Exposição Palavra Pintada.
Escritores de variados estilos foram convidados a enviar seus textos e, de maneira sensÃvel, Dener de Sousa deu forma à s palavras.
Intuiu o cotidiano, as expectativas, os desejos de cada escritor, em imagens, fazendo em cada pintura, alusão a uma obra famosa como referência.
Criou uma ponte entre texto e cor, convidando a um mergulho nesse mar de palavras e mostrando todo seu talento e sensibilidade em obras que revelam o amadurecimento de seu processo criativo.
Visitar essa exposição é viajar entre duas linguagens artÃsticas que se complementam e nos permitem transcender e explorar múltiplas possibilidades da interação palavra, cor e forma.
Esse foi o desafio que Dener de Sousa idealizou para si mesmo e com isso nos presenteou com esses belÃssimos "poemas visuais".
CecÃlia Camargo
Curadora
Pedras caem do céu
Outras são cuspidas das grotas
Pedras que esculpidas vestem a paisagem
Transformam o caminho
Caminhos - Malik Al-Shabazz
Em tudo radia
O que pulsa e lateja
Destroça o pulmão e rins
Entre-infecto
De lástimas e regras
To com um do Covid - Ederson Rocha
Eu TENHO MEDO de tudo que me faz mal
Eu tenho receio de andar na sua cidade natal
E é em meio dessa Dimensão real
Que estou aqui a comprir meu papel social.
Bala no filho do sujeito - Ketinho Oliveira
Não vejo a emoção, pinceladas ou formas
Cobre-me um tom pastel sujo, uniforme
Amarelecido de poeira e umidade, o tecido
Igual a cor que, tu alma, da amargura tomas
Quadro Virado - Arthuro Cordume
Vejo ainda
grudada no chão
a argila mole,
consistente, catarrosa,
com a qual antigos operários
moldaram a cara da cidade.
Cidade de Pedra e Argila - Aristides Theodoro
Reunidos pra se libertar,
Dessa corrente que quer nos prender,
Juventude a se encontrar,
Braços unidos pra se defender.
Plantando o fruto - Tatu Rodrigues
A Arte representada na poesia,
Deve conter a dureza da crÃtica construtiva
Mas também conter a beleza,
De uma mente contemplativa.
A Poesia - EmÃlia da Silva
Uma conversa
Sem pressa
Nao é so alienacao
Que nos dispreza
O que acontece
Nessa era
Conversa - Winnie Arteira
Asta siempre Helena - Milton Lopes
Meu bom amigo garçon, por favor, traz aqui na minha mesa mais uma garrafa do seu melhor vinho. eu só peço por obséquio que hoje você não deixe ninguém colocar uma moeda na vitrola para voltar a tocar essa música triste!.